Julho, não, maio - Nicolas Santos

26/05/2013

É uma odisseia. Trato dessa vida como algo cinza, um filme tão ruim que pena dá, personifico as falas, replico essa dor, sufoco-me com ela, prendo a janela, guardo os talheres na gaveta, uma caminhada comum, uma insuportável dor, tem sido assim, não que eu interaja com qualquer mudança, sei do pouco esforço, enquanto por ai, sorriam, fotografia antiga trás renda. Não que possa lhe parecer, não dedique-se, sabe que vivo a me esconder, atrás dessa face que em frangalhos segue por entre noites mal dormidas, hoje culpo aos remédios, fácil de se fazer nesse ocidente analgésico, balanças as redes, um só passo do teu pé. É um quanto natural mas compreende a essa como se quisesse, não queremos, todo sofrimento que o vento não leva, tão pouco guarda aos cortes, é frio, tem grama, tem cama, tem tudo, tão nada. As palavras em inglês na tua camisa, teu choro em espanhol, meu choro silencioso, sua prece é dada de oferenda ao nada, jovens rumo a consumismo desenfreado, só quero parar, mesmo por mãos que se auto-flagelam, bocas que escarram, sangue em vossos narizes. Homenageie os que nada fizeram semana passada, nada farão no futuro, o amor morreu para mim, é tudo, antidepressivos.

2 comentários:

  1. Clarice Falcão me decepcionou um pouco, sr.

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  2. E o amor não morreu, sr. Acontece todos os dias, poucas vezes é verdadeiro, mas acontece. Excelente vida pra vc!

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