Quando se parte, algo fica, quando se fica, algo se parte - Nicolas Santos

12/05/2019

Já não é nada mais, do que tanto foi, de tanto que foi. Já não é nada mais, nem pé, nem chão, avião ou saudade. Nada é, um dia volta a ser.
Sinto que nada é tudo mais e tudo mais, é nada. Poesia suicida-se devido ao tempo. Dedo em riste aponta o papel, vira a folha, crise hídrica. Mais um pouco, teria vergonha, poema nosso. O que projeto, destitui a alegria, pois já decidi, por mim, a alegria reside na espontaneidade e na significação. Distração contumaz, aqui onde vivo, vidro se desfaz, distração redimida, para aquilo que lhe faz. É como se não mais sentisse o corpo, não sinto-o, direito a esquerda, o corpo, não sinto, francamente, a desilusão. Põe-se, aceleradamente, decadência é instante, filme é anestesia em massa, adoeço, prefiro o teatro. Dos teus dramas, a saudade. Compadeço em solidão, a solidão compadece em mim. Decidamos, passo a frente ou rescisão intelectual. Me sinto triste, por ser quem sou. O adeus não dito, as chamadas já feitas, quando se parte, algo fica, quando se fica, algo se parte.

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