Pra quem já não mais lê - Nicolas Santos

26/05/2019

Não é do teu feito, restrinja-se a ser livre. E nada descansa enquanto a noite avança, come o peito, entra nessa dança, o sol, pula feito alguém que necessita de atenção. Lua, colchão. Antes da fala, o sentimento, amor que mata ainda é amor, só que mata, a semântica implora atenção. O jeito de ser, não é findo, retornamo-nos a nós mesmos, diariamente. Construção é devir, devo ir. O revanchismo é o ato de uma alma sem cura, tentando fazer buraco em outras. Prefiro assim, quando não percebes o meu perceber, e és, só por ser. Nada a dizer, nada digo, o silêncio faz sentido. Nada pertence-me, tudo é por si, nem eu, sou meu, já que sou, por tantos outros. Sem compasso, despasso o olhar, mas tu que se atreve, move-me sem saber. Dei falta de ti, mas foste, por escolha, escolho dar falta de ti. Mesmo que em sonho, teus braços que me envolviam em um terno abraço, foram a coisa mais confortante nestes anos. Desapego constante, instante é duradouro, nisto elevar-se é estar, diante do outro, consigo mesmo. Só não use as mesmas músicas que usava comigo. Do sol que muda, o sol que nos multa, silêncio faz vento, vento interrompe o silêncio. Ninguém disse o que disse, embora todos tenham dito, chuva é momento, raio, raio que cai, é insucesso, estavas comigo. Como sentes, importa-me, ainda que eu não sinta, como importar isso a empatia? Ser é estar, estar é autêntico.

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