Muitas luzes - Nicolas Santos

07/04/2019

Repete incessantemente o desprazer, figura como protagonista, varia. De fome se morre, temos sede. Saúdo a inocência, nostalgicamente. As veias na minha mão, são um mapa para a desnecessidade. Trata-me com frieza e lhe emprego a admiração. Lembrares de minha pessoa, nada significa, ou melhor, significa que podes lembrar. Da Grécia o espírito intocável, trágico, desafiador, suspeito. Encosta teu descanso no descanso que encosta. Fora disso, nada consta, nem as vozes, as vezes e o clarão laranja. Nomear não me isenta de sentir, tudo é desamor, porém a linguagem, a linguagem é redenção. Fica onde queres, está calor e ninguém dá a mínima. Olhos estáticos, montanhas dançantes. Fica onde queres, parta-os ao meio. O tempo passa e quando se vê, já é tempo de novo. Nada é mais tempo do que o tempo, quando o tempo acaba, sobra o tempo dos que tempo tem. Contei, eram três quartos com a luz acessa em todo o edifício, se considerarmos três muito, eram muitas luzes, vida correlacionadas, só.

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