Afetação - Nicolas Santos

31/03/2019

Vale em desespero, a chuva longe de casa, nada mais é, apenas sinta, vale o desespero. Ao pássaro que se molha em cima do telhado, dedico estas palavras. É só um destes vacilos que alimentam o ego aleio, além disso o prático comemora a historicidade social. Finjo saber tudo de você. O hábito da força a mediocridade, cantada e comemorada, sem alma, a pretensão ganha um novo capítulo. Aos que sonham, Napoleão. Nesta idade só quero que me entendam. Não contaram à ti, já morri, desde já, tarde da noite, logo manhã, amanhã saberão, contarão, continuarão. Você é puro estágio estético em Kierkegaard. Eu, pessimismo em Schopenhauer. Compete, completa, destas mentes inválidas, todas muito produtivas, todas muito importantes. Não pense que tudo será como antes, frieza que invade, dificilmente se esvaí. A solidão é um passo para o fim. Embrica-se na identidade de tantos e tantas, multi-forma, varia para atravessar a calçada. Pequeno sonho, por si, já é grandeza, eu te gosto. Queria por um instante, ser Fernando Pessoa, para que a minha melancolia, ressoasse nos demais. Não por simples acaso, mas por afetação.

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