Brecht - Nicolas Santos

16/12/2018

Mesmo que direito, a vitória da justiça é palco para hipocrisia. Na verdade, escondi-me, para ver se alguém gostaria de encontrar. Hei de contrair uma dessas doenças que levam-nos sem constrangimentos, ora, encontro nos que perderam a sobriedade há muito tempo, amigos. Vocês que não sabem de nada, sabem de tudo que eu sei, muito pouco para quem quer muito, o muito. Logo nada é teórico, tudo é passado. Segurava um livro com as duas mãos, olhava aos céus, era Brecht, era Brecht. Exatidão não é meta, falo o que digo e quaisquer, corre para entender. Couraça manchada de sangue, tudo que tenho, ainda sim, gostaria de lhe dar, abraço, palavra. Mas logo também pode ser muito, daqui a pouco é indecifrável, já que o pouco não pode ser medido. Até choveu, eu, ansioso por natureza, só quero mesmo confundir. Minha presença é camuflada, assumo toda a intencionalidade disto e disto faço-me, vento gelado é vento de agrado, daqueles que não desfaço. As pessoas tem necessidade de lhe digam quem são, é medo ou solidão? Fica, eu me protejo, sei como fazer. O monoteísmo ajuda no emponderamento de sujeitos que dialogam com o invencível e incontestável, invisível. A vida não está nas máquinas, tirem os olhos destas.
Mas olha, lhe olhei, por pouco, senti-te, assim, desmeço a categorização do emergir.

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