Adoração - Nicolas Santos

23/12/2018

Adoração desconfigura, olha a minha figura, estranha. Adoração desconfigura. Adoração desconfigura e eu abandono. Não é o vento, são as coisas que se mexem com ele. Os que não sabem nada, pensam em tudo, logo, nada é tudo. Inanição, santos e santas prosseguem afogando-se no vinho, daqui já é cedo, tudo clarifica-se na noite, tudo se classifica, deixando de ser. Eles escrevem, sim, escrevem, mas não é obra, é pedaço, pedaço também pode ser obra? Como não? Eles também escrevem. Longe está no querer, já explicitaram que o querer por ele mesmo não basta. Possibilidades são desventuras que carregam significado. Isto está nisto e disto não passa, a eternidade dura a história, a história é em si, eterna, até se findar. Da última vez que sangrei, não me canonizaram, hinos não se levantaram em coro e anunciaram, agora é verdade, se foi.

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