Sono de vidas - Nicolas Santos

01/07/2018

Transmuto no tortuoso caminho da cama a cozinha. Logo é cama novamente, tanto fez, tanto faz. Fiz. Para todos os amores que tive, um último poema. Fizeram dos meus ossos, pó, acompanhar é ainda estar só, flores não nascem, existem. Resultado não mensura importância, seres mercadológicos, discordam, com isso não tenho comprometimento, sou filósofo. Por aqui a solução, escrever. Pouco converso e quando reside a oportunidade, nada flui, nada fui, nada é. Independa e o vento saberá para onde não ir, o resto é contigo, da cama que tem seus cabelos aos pés que não sambam. Considero isso o fim. Vocês que advogam em nome do tempo, desconhecem o deleite que é ser humano. Terra de ninguém, onde quem é rei, nada tem. Terra de ninguém, nem rainha, reina. Da corte aos montes e montes nada tem, terra de ninguém. Das crises existenciais que mergulho e me afogo, eu dono do mar. Falava mastigando as próprias palavras, pensava em inglês, filho de nordestina, sotaque do sul, quase indecifrável, silencioso. Não pense em padrões, não pense com padrões. Comporta-se frente a tudo, não sabe se educação ou medo. Permanece nisto, destempero é comodidade, consumista da falta. A solução vez ou outra é dita, vozes precisas, com palavras preciosas. Faço o que ministro como adequado, de resto, sou poeira. Transcender é assumir o pecado que reside em pensar que algo é pecado.

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