Desastre - Nicolas Santos
08/07/2018
Hoje dispenso o sol, direito resguardado, janela, quarto fechado. Olhos também. Reclamam de minha abstração, não posso ser claro, pensar o que lhes diz respeito não é dever meu. A luz azul, não curvo-me, aprendo. Mesmo que tenha olhado e dito algo, isso ainda é nada enquanto ato não concretizado. Mas o nada também é algo, destes elevados. Passo ao lado, frente solúvel e nuvem desconexa, acordo e discordo, mangueira não dá maçã. Você sorri de forma bonita.
Sou vitima irrestrita e indesculpável de minhas escolhas, renunciar a isto, seria o que Sartre explicitou em português com quatro letras. Sou eu quando o espelho denúncia e tudo é fraqueza, da porta semi-aberta ao choro contido, telefone que não toca é chamado do além, amém. Queria poder arrancar-me deste lugar, fincaram meus pés, encontro o sol, só, só sol, nuvem não morre, acaba, não volto logo.
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