Prefiro o adeus - Nicolas Santos

25/03/2018

Não se dê tanta importância. Quero todas as despedidas possíveis, mesmo que silenciosas, como faço. Mesmo que soubesses e saiba, nenhuma linha se alterará, fica a cargo do que queres. Aos sonhadores de plantão, desistam. Aos sonhadores por Platão, desistam. Do teu sono, acorda, a docialização segue latente, somos corpos diferentes que podem diferenciar o trágico, mas isso também seria segregar. Não cobrem-me, faço isto por vocês, se relevo nada leva, relevo o tudo, garanti o precedente, mesmo que digas, gostar necessita de mais. Há os que aproximam-se e os que encantadoramente se vão, já diziam, morremos várias vezes em vida, a maioria se dá em despedidas. Afirmo. Minha ciência filosófica, escondida entre linhas, entrelinhas. Já preocupei-me mais, hoje sou e estou a deriva do que anseio, isso não subentende-se sem aproximação, quem aproximará-se? Pelos céus. As massas de manobra pensam ser a revolução. Foste affair passageiro, desses ambíguos, amigos. Tudo se esvai como teu sorriso nada branco. Teus olhos inundados, prefiro o adeus. Reponho-te com a mesma velocidade que se vai, o mundo é repleto de pessoas, não esqueça-te. Não minto meu cansaço, talvez invente fracassos, moinho de vento é litoral no centro-oeste, os caboclos que se movam, mintam. Acredito e não machuco-me, acredito em nada. Dostoiévski que me entenda.

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