Há de encontrar - Nicolas Santos

04/02/2018

Amor é isso, amor é aquilo, digam a verdade, vocês só querem alguém que lhes repare. A simplicidade pura é a instância mais bonita de qualquer pessoa. Difícil criticar o discurso, pois alheios ignoram o devir, atrelando-se de forma visceral a falas que também dão de ombros a lições de Kafka. Tristeza é isso e muito mais, golpe de martelo em sonâmbulo, sente quem atenta-se, de resto, só o coração para. Logo cocaína e chá. Um dia tu não vai dormir e eu acordar. O primeiro passo é olhar ao lado, sair da cama é teorema. Complexidade animada faz pensar, palavra de carinho é solução momentânea. Logo repito o seu céu, necessidade é o que move-me, o que te eleva? Só se me falar, porém o teu dizer é responsabilidade sua. Visões distintas para o mesmo fenômeno, digam o que dizem, o interesse os comanda de forma ascética e compromissada, filhos da televisão. Problema algum, o racionalismo exacerbado pode ser moeda ainda sem devolução, por tal variável, curvamo-nos a arte em estado pleno. O pragmatismo sempre antecede a novidade. Você parece apenas uma frase bonita, enquanto o povo grita. Contemplo a solidão assistida, junto dos demais, um ponto a menos. Trago vossa sinceridade, agradeço, poema é ser humano. Espero que passe, mas não é bem espera, assumo os contornos, rédeas naturais. Não passa e assumo toda culpa. Tenho medo dos teus olhos, cabelos, mãos e irritação, medo de como andas e quando o sol tenta competir contigo. Medo de tudo, teu, teu medo. Há de encontrar-se nesta imensidão borbulhante, inanimada. Plano é imediatismo remediável, é tempo, tempo come, tem fome. Há de encontrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário