Dor não é texto - Nicolas Santos

11/02/2018

Tens toda razão quando afirma que a razão não é prática, talvez isto não seja racional, nem prático, dualidade há, dualidade governa-nos. Desde o cristal no pescoço da madame, até eu que lavo o chão com suor, não, não precipitem-se, a importância está na serenidade dos olhos. Crise é pulso que se corta, superfície inundada de vermelho, de lá para cá, o pescoço espera, esperam-nos com aquele ar insólito. Arrogante. Queria eu, cuidadoso ser, ser cuidadoso, isto não se enuncia, prático a educação, nada mais. Você e teus pontos, pontos esses que tu inventa para crer que gosto de ti de uma forma que gostarias. Não mudamos ninguém, não podemos fazer isso, não é um direito nosso. Estagna-se e isso pode ser prejudicial, creio que poderia conviver com outros e receber maiores benefícios, o que também há na sombra. O problema muita das vezes está na metafísica desejante e arrogante de imagina-los, eles, elas, como queremos, como querem, resolvamos. Não queira que seus filhos sejam iguais à mim. Qualquer dor é desumana, toda dor é insana, dor não é texto, é o que tenho e despejo. Anuncia-se o descontrole, durmo no sofá mesmo, quando quero, no chão, assim a febre passa, culpo a mudança, o mudado, a mudada. Eu.

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