Medo - Nicolas Santos

28/01/2018

Relação de poder é entrave para dialética. Natural ter esquecido, falaste por falar, ser por ser não faz sentido, é necessária significação. As pessoas não desejam ter suas convicções, se quer, arranhadas. Logo ouvem mas não escutam, interpretam baseados naquilo que lhes apetece. Sinto que és perda de tempo, necessidade é espontaneidade, livramo-nos dos acordos e amarras em nome da santidade que é a incoerência. E na solidão as vozes tornam-se coerentes, passo ao lado, cadarço desamarrado, água quente. Nada tão gelado como o silêncio, teu. Somos caças que anseiam pelo carrasco, sorriso frágil é plano metafísico, desacordo. Desde ontem nenhum pingo a menos, o olho descolore. Está tudo bem? Deveria, dizem, se quer sabem como a semântica é cruel, articulação sem trajetória, só pensamento, focam-se na motricidade. Nada do que eu digo é, tem ou terá a pretensão de ser verdade, verdade é desonestidade intelectual, passo para a dominação, sentir falta antes da falta ser sentida. Toda raiva é pouca para cada equívoco da alma, oras, equívoco ensina, eu, mal aluno, péssimo sujeito. Quero reiterar o pedido, o sigilo, o ocorrido, o trauma, o drama, a paz, a paciência, o salto, o medo, ah, o medo. Cresce no peito, morre perto da boca.

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