Especulação - Nicolas Santos

08/10/2017

O vento perfura meus pulmões, acabo quando tudo acaba, nasço sem coração e o ganho a cada dia. Já diria Bukowski : “Don’t try.”
Somos o acordo filosófico do fim de noite. De turno em turno, solidão é deveras influente em minha vida, é para quem escrevo. Sabemos bem onde pisamos, não são pescoços sobre vossos pés. Respire, buscam-te para conselhos e isso me estranha, és como eu, uma criança. Queres criar o que não se cria aqui, mas retifico, aqui não. Seguem nesta sujeira e se quer imaginam o quão sujo é tudo isso que os rodeia. Pobres culpados, inocência é um ponto sem destaque, sem nexo.
Sinto que não há tanto tempo, como deveria haver, na cabeça de alguns. Estes são cópias fajutas e mal arquitetadas, dispostos a matar à arte.
A febre passa, a angustia também. Ansiedade baixa e a estrada chega ao fim, passagem por paisagem. Quanto ao tempo, nada a declarar. Dão-se pelos demais. Insones, desprovidos do que lhes deveria ser essencial. Porém quem sou para dizer a alguém o que é essencial? Ninguém, nada, mais um insone. As nuvens desaparecem e o que emerge faz-se provável aos que mantem-se calmos, o desagrado é desesperador, tal seria nossa vida e morte. Mantém-se válido o desabrigo da rotina, pena que essa adoece-me.

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