Demons - Nicolas Santos

01/10/2017

Gostaria de poder dizer alguma palavra ou peneirar o sol, atravessando qualquer rua em qualquer lugar. Mantenho os dois pés juntos e tristes. Limpo os olhos, fraciono a somatização e mostro as marcas do meu braço à quem se interessa, de ser por ser, em diante, para trás só tua boca. Quebro os laços, me corto com os cacos. Se não tivermos a chance de ser quem somos, em nada irá adiantar, ser quem somos. Não tenho nada aqui, para lhe dar, não tenho nada aqui ou acolá. Palavras sábias são febris, os sábios, gelados. Coração não palpita, palpite. Deixa-me aqui, quem sabe eu consiga, quero chorar. Sinceridade à flor mais feia do jardim, na minha visão, a mais colorida dos universos. Não expulso meus demônios, minhas únicas companhias.

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