Não que venhas, no que viu, no que vou - Nicolas Santos

13/09/2015

Alimento dias como este, consuma-se a demora e a voz que indaga, indago. Apesar de comover, nada e ninguém candidata-se. Alimento dias assim. Bate a água no chão, o concreto mal acabado, acaba-se de chorar, a água bate no chão. Preparam-se e vem com fome de modificar, morrem, só. Por hora o pedido. Melancolizaram a inutilidade da semana, de fundo aquela canção, coração. Essa aplicabilidade tensiona o querer, massificaram a doutrina. Eu não tenho o que lhes dizer. Minha sinceridade é ponto à devagar, um haraquiri a decidir, estes olhos, toques superficiais fazem existir em uma coleção que avassala. Desculpas não manuseiam, desculpas são ideais à jamais, comprimem o congresso, concessão, contém o limite. Espero que não mais espere. Nada a oferecer, o peso disso alastra-se por alamedas e frases fictícias, conservem o tenebroso ataque, sorteiam o sórdido, somam, somem. Desgosto destas celebrações, a entonação concerne. Quem muito explica, desvia, pouco falo, pouco franco, pouco e pouco. Os que vivem, fazem. Conjuras de um macrossistema epidêmico, lavam-se os pés e os frascos, sistemáticos reducionistas prestes a usurpar a nascença da dignidade. Lamentam o presunçoso poema, travessia as avessas, focalizam-se os edemas, generosidade faz crescer, crescimento em progresso, as avessas.
Tenho para contigo um problema particular. Destes que só resolvem-se com mãos entrelaçadas e factoides, quase aracnídeos. Paro contigo.
Quanta redundância neste discurso improvisado, vazio, percebo quem olha-me, não sei o que desejam, não anseio qualquer forma para isto. Espero com pólvora sobre o corpo, tua crônica garante o inacabável, garante o enfrentamento, Bukowski vos guiará ao próximo grande poço. Uma mentira após a outra, ressoa a insignificância da nossa presença neste universo imerso em imensidão. Como maldição, amaldiçoam-nos. Aderem a semi-ilusão, oscilo entre o desejo impiedoso e o desejo nada prático, vossa crueldade respinga nos distraídos, descongestionem. A religião fracassou. Lembranças da inocente recém atualização, não esperariam tal conformismo vago, sem vaga, compromissos inalterados, inanimados. O pedido assume a liderança consensual, comedidos lançam mão das orações que nada preservam, ações, acionam. Mastigou o ardor, foi-se. Mas quando vi, nada observei, observaram-me, hoje. Deitei-me sobre teu ombro, braços ao chão, pegaste-os, enrolaste em ti, nada mais, tudo. Me pedem os passos, lhes dou as frases.
Você teria-me. Eu teria-te. Mentiras, mentiras, mentiras. Você tem-me, eu teria-te. Mentiras, mentiras, mentiras, mentiras.

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