Pseudopoeta - Nicolas Santos
Poema 1
Deu-te em dor aguda.
Deite em dor aguda, assim tudo erra.
Deixe de lado, tudo que era. Dei-te uma ajuda.
Poema 2
Faltam-te pés no chão.
Falta-te chão, pão, mãos, são, suas.
Faltam-te mais turbulências.
Falta sua alma querer ser violenta, falta-me.
Poema 3
Queres algo, queres não querer ?
Querem saber o por quê, tal assim, radiante.
Desvende seu próprio ardor, adeus. Até mais ver.
Poema 4
Serenidade encantada, teu rosto tem forma.
Tenho fome desses olhos grandes, amaria-te, se soubesse como faz-se.
Tens já por quem, por quê ?
Poema 5
Lá tiveste meu encontro.
Aqui nada fez valer-se e rasgaram tua alma.
Desculpe, não lembro como é ser feliz, lembro-me que era contigo.
Poema 6
Pentagramas, pintam a grama.
É sombrio demais o que ouviste.
Tão ou mais que declarações de amor.
Poema 7
Navio é silêncio. Choro é silêncio imediato.
Navio é mais que silêncio, é metal, é mudo.
Choro é silêncio.
Poema 8
O sertão virou mar, ao que parece.
O mar trouxe o que não queríamos, o amar virou sertão.
Certo então, certo, como faço para parar ?
Poema 9
Pelas contas, pelos cantos, pelos contos.
Pelo amor, pela dor, belo suor.
O que sabemos, sabemos, somos isso e nada.
Poema 10
É este risco existente que nos risca.
É este risco que em nós existe que trás vários riscos.
É isto e tudo menos, menos e menos, risco.
Poema 11
Essa tal indígena, indígena européia, atravessa e toca prantos.
Essa européia tão indígena que nem parece.
Este espaço acaba.
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