Ensinamento - Nicolas Santos

26/01/2014

Assuntos filosóficos em demasia, acredito na dor intrínseca, ausência do partir, partem e toda a naturalidade é descartada higienicamente. O cotidiano é volátil, pertenço ao tempo que preciso, precisam tanto de tempo, ninguém vende, participo ao contrário, contesto e desfaço. Ceifeiros inocentes e opacos, qualquer tripulação enganosa tem chance de aprisionar nas palavras que deseja, terão conhecimento. Suas repetições e opiniões alucinadamente faltosas com o senso qualquer, cavam com os pés, escondem-se, sem objetivo ou reforço. Tuas angustias enchem pratos, prateleiras, porém não sinta-se no direito de tentar ensinar qualquer vida a qualquer ser vivo. Explosões ocorrem e destilam, não tenho a escolha que reside em uma forte segurança, agarro-me a momentos, nem sempre bons. A unica pessoa que tu queria, não a unica que tinhas. Eu espero que tu compreenda tudo que ocorre e analise de forma racional, suas escolhas representaram o que queres, de resto, acabou o café e que nauseante isto é, escolha um deus, eu escolho Pessoa, eu escolho Nietzsche, vanglorio que detesto idolatrias, escolho à mim mesmo. E por horas e dias que sacrificaram-nos, voltamos, reerguemo-nos feito grande que somos, toda a braveza de nobres corações esperançosos. Mantenho-me com aquilo que posso, de resto coloque a melhor roupa quando for ao inferno. Descartam toda caridade de almas semi-bondosas, o avesso se desfaz e eu contemplo os pedidos e seitas que mentem aos inocentes. Façam-me rir ou deem total apoio as canções melancolicamente trágicas, cartazes e rádios. Metódicos abraçam-me e dizem que qualquer semelhança é mero devaneio, juntos no mesmo barco, velejando rumo ao saber sem nada mais. São olhares que pouco ou nada dizem, feitos o meu que procura-te para relatar uma partida, um sonho pesado, um gole de veneno. Relatos que perderão a validade quando o abandono se instaurar, desde já menciono o ser humano como alegremente deprimente, encantaria-me caso demonstrasse, essa situação tem fim. Recompensar não faz parte de qualquer natureza, desatine com toda a raiva e proteste em ruas limpas por pessoas como você, memorizemos. Incansáveis prestes a decorar o sabor do vento, complicamo-nos rumo a alguma decisão sincera, casaram com teus olhos e não planejaram ode. Por saber o quão morto posso estar, não procuram-me, isso tem lá vantagens, invisíveis aos colonizadores de pragas e farsas, estamos. Tratemos com interesse, se és interesse que tens, negócios de pobres almas lavadas em ipês fabricados, o nirvana nos prestigiará, sem mais. Em seu ultimo respiro uma presença insuficiente daquilo que negaste a vida toda, compramos a sua casa para destruí-la, destruímos-te. Oprimidos também oprimem, sobre a inocência que não existe, nego-te respostas, quando satisfazer-se terás para onde partir. Revigoram-se, deixemos de lado a confiança neste mundo carnívoro, pertencemos a frases que sintetizam o que não é a vida, beneficiamo-nos. Poucos souberam, ataques raivosos de meros seguidores da perspicácia grega, vingam-se, respondem e criam-se em bueiros e seguimentos. Detestados por olhos e atitudes, mantemo-nos graças as jaquetas e relações distais. Palpitam graças a regras outrora impostas e isso trás a todos o desconforto, baseiam-se em um passado inexistente e arquétipos dissimulados. Sobre a vida e os laços que a mesma cria, o que eu penso a respeito não cabe em palavra alguma, é lobotomia no claro da noite. Nenhuma euforia parece-me inteligente, vejo de forma distal todos passos e paradas, seu fim é constrangimento, as árvores não tocam o céu. Em suma, garantimos o reencontro com esses pensamentos vagais que estacionam-se em almas inapropriadas, tudo em essência. Aderem o movimento do luto com anormalidade, pretiro de uma forma não semelhante, a maré é inimiga ao mesmo tempo companheira. Formas inescapáveis de encontrar-se com algum segredo, no meio do que bebemos com a boca torta, poderíamos debater um pouco antes do adeus. Divindades catatônicas levaram o mundo a isto. Extrapolam a marginalidade dos que preterem vertiginosamente a ânsia, humanos em falta para com tudo que resta, nada é parte, mesmo assim. Alterações congruentes e precavidas, conversei por um tanto, um instante, tu és fascinação em forma tímida, pouco direi como isso nos muda. Métodos improváveis ganham espaço por todo o lodo que aceitam, registram-se em praças e auditórios, técnicas fajutas de charlatães honestos. Vá para o diabo.

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