Devia ser sobre os copos - Nicolas Santos e Ana Carolina

23/12/2012

Uma vaia do nada. Pronto o show acabou, todos foram para as suas casas e a empolgação virou satisfação, essa que logo se transformará em algo, outro algo, esse que não fica nas fotografias e muito menos na boca, embora o amargo goste de rondar e fazer um pacto com os demais sabores, essa frequência me enfraquece e me leva a um devaneio, esse que é tão comum nas noites de domingo. Noites estas, onde o vento frio que sopra de minha janela, serve de anestesia para as feridas que causo a mim mesmo. Feridas feitas pelo devaneio da saudade. Do termino do show. Todos caminham leves com o fechamento das cortinas, mas meu peito pesa com a transformação de sensações em mim. Como as notas do solo performado a meia hora atras. E por mais que eu me arraste nessas desculpas, não sinto que suas lembranças sejam recíprocas, eu não sinto a sua lembrança, agora tudo que vem a mim, são essas cores, borrões causados pela tv, pela luz que vem de fora, pelo impacto de quando meus olhos rapidamente piscam e vêem algo, isso é intenso, sombrio e nosso. Mais meu, é claro. Temo que sempre sera assim. Temo que sempre chegarei ao momento onde apenas a TV me fará companhia, pois tuas vagas lembranças, se foram juntamente com você pelo portão afora. Pois eu me afundo em deslumbres de você por todos os cantos da casa, por todos os cantos da rua, acreditando numa história que escrevi sozinho, como se fossemos a dois. Mas o show acabou, saudade.

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