Dois pra lá - Nicolas Santos

18/11/2012

Não sou daqueles que insistem ou arriscam dizer “estou bem”. Não sou desses que gastam vidas e telas para mensurar o quanto e quão o seu sorriso que atravessa salas costuma me isolar, mas esse ponto comum que denomina e expõe uma grande e vivida fragilidade, não tem o seu telefone. Esse ponto não vive muito bem, embora haja porque dançar, embora hajam vozes que colidam num gesto manso e descompassado, embora a gravidade me deixe, em pé, deitado, só. E todo receio que tem um fim de semana livre, morre em planos que se atingem por não ter nada melhor e essa diversão insana impulsiona meio mundo, essa diversão insana, destrói todos aqueles ventos que antes costumavam por aqui soprar e o seu sorriso ainda isola, por mais sofrimento que isso cause, tudo está amenizado graças aquilo que eu crio e jogo por entre os dedos. No meu cabelo que mora e desliza sobre a face, há uma fascinação, camisas de banda, corações partidos, placas de publicidade, quando eu retorno ao meu lar, eu só peço para que tudo isso tenha um fim, mas o fim não há de ser uma boa saída para tal qual, ainda nem lhe conheço como quero.

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