Tanto para não falar - Nicolas Santos

15/07/2012

Cada vez mais, cada vez mais. Cada dia menos, cada casa que caí, cada prédio que se emoldura em minha mente, se torna uma lembrança, cheia de raios em noites quentes, onde nem as blusas e abraços, me esfriam, um cada vez mais, que se torna cansativo, cansativo como o sotaque das pessoas que morrem, pessoas que morrem porque querem, deveriam permanecer vivas, em outras vidas, vidas de armário, vidas de bolso, vidas de pulso, vidas que não são relógios, vidas. Assim como a minha, cheia de marcas, marcas causadas, pelo asfalto, percorrido, ao longo de ventanias e amores, amores não dados por alguém, amores não inventados, amores criados em livros de auto-ajuda, livros que estão jogados, debaixo de camas, camas que andam desarrumadas, assim como as inimizades e amizades, que eu já destruí, na quarta-feira passada, quarta-feira feliz, que foi marcada pelo meu afastamento, que se dá por um motivo, vontade, vontade de lavar os pés sujos, em pias brancas. Vontade de causar estrago e ter inspiração, vontade de ter algo ou alguém para poder cuidar ou maltratar, pois a minha mente sociopata, em ponto de ebulição, se dissolve em raiva, por conta de conversas fracassadas, conversas que não terminam da maneira que eu espero, conversas que não começam, conversas que não chegam, conversas que não dormem ou repousam, conversas sem sabor. Sabor saudade, sabor eu devo me preocupar menos, pois cada vez mais eu vejo que, devo me importar menos com todos.

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