Camas - Nicolas Santos

22/07/2012

Recomenda-se ler só. Recomendam-se dias mórbidos e incolores, onde nem o vento que sopra é quebradiço, onde as cortinas da casa se rasgam e fazem pensamentos insanos, atravessarem e se instalarem, embaixo das poltronas mesmo, pensamentos esses que transpassam todas as normas hipócritas e mediocratas dos “normais” que nos empurram para cima dos prédios e nos proíbem de pular, colocam placas em gramas, mas esquecem de mantê-las verde, vivemos em uma sociedade que não se associa e não escuta musicas de amigos ou deitam no chão em dias, onde o calor te impede de colocar uma blusa. Ninguém nos impede de deitar no chão. Eles estão nos olhando, me olhando, eu estou te olhando e pensando em como seria, como seria vender uma bicicleta moderna que troca marchas e de vez em quando até favores, por uma dos anos 50, para eu te dar carona e ver sua saia levantar, com o vento que apenas daria beijos nas tatuagens das tuas pernas, somos assanhados e nem nos temos, as vezes eu acho que tu me ama, as vezes acho que me engano demais, as vezes acho, que nem deveria achar, mas isso não é uma teoria científica ou um objeto feito por um artesão de um país europeu, é apenas um pensamento meu, que do nada veio e para o nada caminhará, de mãos dadas com os teus sentimentos secretos. Caminharam e caíram em um poço de dúvidas, dúvidas mortas, que se amontoam, em campos e campos, juntam-se um milhões e de lá fazem um lugar que não mais vale a pena, tão vazio, só minha mente no fim do dia, são só meus parentes idiotas e meu cachorro amável que ainda não fala, eu só queria ter mais coragem de não te fazer ir embora, volte quando for embora e não fale nada da minha barba que não para de crescer … amor

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