Bluebird - Nicolas Santos

10/02/2019

Quando partiste, levou-me um pedaço, agora sou menos que a metade, nunca lhe dei o primeiro último abraço. É poema de raiz, vindo do interior, puxando algumas letras, maltratando estas avarezas. Poema do interior, as vezes sai, as vezes não. Importa-se de menos, importa-se tanto, fica como fica, não venha. A sociedade da posse ingere pessoas que constrangem a liberdade alheia. Nada teu, nada de ninguém, seu, sua, apenas a liberdade de deixar.


Cartas para você, cartas param você e nessa babel suburbana, desconheço sua língua. Vendem a alma em slogans. Deves pensar aquilo que pensa dever, eu na minha incontinuidade, recomeço. Nenhuma despedida dói, quando de ti à mim. Compreendo ser egoísmo querer que as pessoas sejam menos egoístas, porém, esse é um paradoxo que levo comigo.


Nessas horas os cachorros pensam ser lobos e os lobos só queriam ser cachorros. Inundas meu dia. Alego defesa própria, porém, nada faço. Eu não me importo, morrer ainda é muito triste. “There’s a bluebird in my heart.”

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