A que mais amei - Nicolas Santos

03/05/2020

Meus braços doem, mas arrumo-me na postura e te escrevo. Certas coisas não precisam e se quer devem ser ditas, por isso seja melhor trocarmos isso apenas em dedos, assim a sua voz não ressoa, não que a não quisesse ouvir, mas tu sabe. Acredito que também doa em você, desde maio, desde julho, desde o beijo, todo dia é saudade. Sinto falta de ver seu cabelo crescer, nunca é o mesmo, sinto falta das manhãs, onde o que não faltava era assunto e quando faltava, inventávamos algo ou apenas afirmávamos o quanto estávamos nos amando, isso transpassava toda a tarde, eu nem mais dormia só para poder te responder, afinal, vai que tu queria falar comigo sobre o que iriam lançar em breve nos cinemas, ou qualquer outra coisa tão importante quanto. Nunca me neguei, jamais iria abdicar, não só por te beijar, principalmente por te amar, amar desde o primeiro dia que lhe vi e seu rosto parecia um pouco avermelhado, sinto que era timidez, não de mim, mas sinto que era seu jeito. Aos poucos já estava em tudo e seu cheiro dominava até o que eu não conhecia, tudo que eu ainda ia conhecer, assim como conhecias a ele, por isso parti, por jamais ter chegado, primeiro, mas a gente nunca parte de verdade e ainda estou aqui, por perto, querendo seu bem e aquele sorriso que dava, empurrando-me quando eu dizia algo mais ou menos engraçado, eu aprendia cada palavra sua, dai permanece, por mais que a vida seja efêmera, és o que me deu vida, você me costurava. E esse escrito não chega nem perto do que eu realmente sinto ou queria te dizer, mas é isso, sinto muita saudade e te amo.

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